DENÚNCIA – Onde e como foram usados 200 MILHÕES do Fundão?

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Lula tem campanha mais cara e endinheirada

Partidos receberam R$ 204,9 milhões até as vésperas do primeiro turno para seus candidatos ao Planalto

As campanhas dos candidatos à Presidência da República deste ano encerram a etapa do primeiro turno com gastos acumulados de R$ 166,7 milhões. A mais cara até o momento é a do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera as pesquisas de intenção de voto. A campanha do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PSL) aparece na contabilidade do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como a mais barata entre as dos principais candidatos e a que mais recebeu doações privadas.

A campanha de reeleição de Bolsonaro teve despesas até o momento de R$ 15,1 milhões. Seis vezes mais do que ele gastou em 2018 (R$ 2,4 milhões), ainda assim, abaixo dos quatro concorrentes que pontuam nas pesquisas. No caso de Lula, os gastos de campanha até as vésperas do primeiro turno empatam com os gastos registrados em 2018.

Naquele ano, o PT teve dois candidatos. Lula participou da disputa até a condenação em segunda instância que acabou levando-o à prisão. Até antes da condenação, sua campanha custou R$ 19,7 milhões. Fernando Haddad assumiu e disputou o primeiro e segundo turnos, numa campanha que custou R$ 37,5 milhões. No fim, os gastos da campanha petista em 2018 totalizaram R$ 57,2 milhões. É praticamente o mesmo valor gasto até agora na campanha de Lula deste ano, R$ 57,7 milhões.

Além de ter sido a que mais gastou até o momento, a campanha de Lula é também a mais abastecida financeiramente.

Segundo os registros exibidos pelo TSE, o total até o momento de receitas da campanha do ex-presidente é de R$ 90,1 milhões – quase 100% advindos do Fundo Partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC). Os recursos dos fundos são distribuídos de acordo com o número de deputados federais que cada partido elegeu no pleito anterior.

A campanha petista de 2018, (somando as receitas da campanha de Lula e de Haddad) recebeu R$ 55, 6 milhões.

Naquele ano, a campanha bolsonarista teve uma receita de R$ 4,3 milhões, sendo 85% desse valor advindo de financiamento coletivo. Agora, ele conta com uma receita dez vezes maior. Segundo o TSE, a campanha recebeu até então R$ 40,3 milhões. Mas a fatia das receitas de doações privadas caiu. De 85% quatro anos atrás, as doações privadas este ano representam 45%. Mesmo assim, Bolsonaro é o candidato que mais recebeu até agora dinheiro privado.

Há duas semanas, no entanto, o senador Flávio Bolsonaro afirmou que estava frustrado com o volume de recursos doados por pessoas físicas à campanha do pai.

O presidente recebeu também contribuições de uma miríade de pequenos doadores. Entre os grandes, três nomes se destacam. Os irmãos Pedro e Alexandre Grendene Bartelle (da Grendene, empresa do setor calçadista) e Oscar Luiz Cervi (empresário do agronegócio). Cada um doou R$ 1 milhão.

Mas como têm apontado economistas e analistas políticos, a campanha de Bolsonaro mobilizou recursos muito maiores em prol de sua reeleição do que os que aparecem nas planilhas do TSE. Lara Mesquita, pesquisadora no Centro de Política e Economia do Setor Público da Fundação Getulio Vargas (FGV) lembra que todo presidente que disputa a reeleição se beneficia, em alguma medida, da máquina pública e da exposição do cargo. “Mas essa campanha de reeleição será possivelmente a mais cara que tivemos”, disse.

A campanha de Ciro Gomes (PDT) tem até o momento receitas de R$ 33,6 milhões (em 2018 foram R$ R$ 24,2 milhões) e gastos de R$ R$ 26,8 milhões (ante R$ 24,3 milhões em 2018).

Simone Tebet (MDB) conta com uma receita maior, R$ 36,7 milhões. E gastos de R$ 32,6 milhões. Soraya Thronicke (União Brasil) conta com receita de R$ 34,2 milhões e despesas de R$ 28,8 milhões. Nenhuma delas disputou a presidência em 2018.

Os gastos dos 14 candidatos ao Planalto em 2018 (incluindo os dois petistas) totalizaram R$ 218,2 milhões – no primeiro e segundo turnos. Agora, 11 candidatos gastaram, somente no primeiro turno, R$ 166,7 milhões.

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Autor: Mundo Polarizado | Olimpio Araujo Junior